quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

Call Center: Exploração e Precarização


O setor de Call Center ou Telemarketing como é conhecido, vem se consolidando como uma verdadeira fabrica de doenças do trabalho no Brasil. Segundo dados da Associação Brasileira de Teleserviços, existe no país cerca de 850 mil trabalhadores de call center, desde 72,8% da mão de obra é composta por mulheres e 42% tem entre 18 e 24 anos.

Só em 2008 o faturamento das empresas de call center no país (somente por parte das empresas do setor que operam como terceirizadas ) foi de R$ 5,5 bilhões. Todas essas cifras são alcançadas a custa de muito sofrimento, exploração e doenças sobre as trabalhadoras (os) de Call Center.

Este setor emprega, em sua maioria jovens, que estão perdendo sua saúde em troca de pouco mais de um salário mínimo. Além disso existe uma grande rotatividade no setor, em busca do cumprimento de metas. É comum os trabalhadores perderem seu emprego depois que começam a apresentar cansaço físico e desgaste Emocional causados pelo trabalho estressante.

Fábrica de Doenças Ocupacionais
As trabalhadoras ficam entre seis e sete horas sentadas em frente do computador, com postura estática prolongada, submetidas a movimentos repetitivos e a um alucinante ritmo de trabalho além do rigoroso controle da empresa. Tem direito apenas a 15 minutos de intervalo para refeições e 5 minutos de parada particular para irem ao banheiro.

Entre 85% a 90% de toda carga horária de trabalho das teleoperadoras são feitas sentadas, de frente para tela do computador, com as mãos no teclado e com o fone de ouvido (headdset). Por causa de tudo isto as operadoras vêm adquirindo doenças que envolvem o sistema osteomuscular, as funções vocais e auditivas, além de problemas que afetam a sua saúde mental.

Junto com os Bancários e Operadores de Linha de Montagem, as operadoras de telemarketing é um dos setores com maior incidência de Lesões por Esforços Repetitivos ou Distúrbios Osteomoleculares Relacionados ao Trabalho (LER/DORT), que englobam cerca de 30 doenças.

As tendinites, sinovites, hérnias de disco e edemas são as principais doenças destas trabalhadoras que convivem constantemente com dores nos dedos, formigamento, perda de força motora, redução dos movimentos, dores nos ombros, dores nas costas, inchaços, formigamento das pernas, dos pés, inchaços dos membros inferiores, fadiga visual, perda auditiva, labirintite e, ainda, após longos períodos, acúmulo de gordura no abdômen.

Outras doenças relacionadas aos trabalhadores de call center são as doenças auditivas, as operadoras ficam durante toda sua jornada de trabalho com o fone de ouvido, se não tiver bem regulado o ruído destes aparelhos podem chegar até 85 decibéis causando lesões no aparelho auditivo.

Lutar para não Morrer
A pressão, o assedio moral, a dor, angustia, etc, são expressões comuns no dia-a-dia destes trabalhadores, que são ignorados pelas empresas que buscam acima de tudo aumentar a exploração para poder aumentar ainda mais seus lucros.

O aumento do ritmo de trabalho e da exploração seja no chão de fábrica, nas escolas, nos canteiros de obras, nós bancos, tem aumentado consideravelmente em todos os setores onde a classe esteja. Não é por acaso que os trabalhadores estão adoecendo e morrendo.

No proximo périodo a solução dos governos e patrões para sair da crise será de mais exploração, aumento do ritmo de trabalho, arrocho de salário e todo tipo de mazela. A nossa solução para acabar com a exploração e com todas as mazelas do capitalismo é a luta cotidiana e permamenete dos trabalhadores, por uma sociedade mais justa.

Um comentário:

  1. A CSP CONLUTAS CONVIDA OS(AS) COMPANHEIROS (AS) PARA:
    CONFRATERNIZAÇÃO DE NATAL
    DIA: 18 DE DEZEMBRO DE 2011
    LOCAL: CLUBE MESA FARTA (UFRPE)
    A PARTIR DAS 11 HORAS
    Será um momento de festa e de união de forças no sentido de fortalecer as lutas que virão.
    COMPAREÇAM!

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