quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

Call Center: Exploração e Precarização


O setor de Call Center ou Telemarketing como é conhecido, vem se consolidando como uma verdadeira fabrica de doenças do trabalho no Brasil. Segundo dados da Associação Brasileira de Teleserviços, existe no país cerca de 850 mil trabalhadores de call center, desde 72,8% da mão de obra é composta por mulheres e 42% tem entre 18 e 24 anos.

Só em 2008 o faturamento das empresas de call center no país (somente por parte das empresas do setor que operam como terceirizadas ) foi de R$ 5,5 bilhões. Todas essas cifras são alcançadas a custa de muito sofrimento, exploração e doenças sobre as trabalhadoras (os) de Call Center.

Este setor emprega, em sua maioria jovens, que estão perdendo sua saúde em troca de pouco mais de um salário mínimo. Além disso existe uma grande rotatividade no setor, em busca do cumprimento de metas. É comum os trabalhadores perderem seu emprego depois que começam a apresentar cansaço físico e desgaste Emocional causados pelo trabalho estressante.

Fábrica de Doenças Ocupacionais
As trabalhadoras ficam entre seis e sete horas sentadas em frente do computador, com postura estática prolongada, submetidas a movimentos repetitivos e a um alucinante ritmo de trabalho além do rigoroso controle da empresa. Tem direito apenas a 15 minutos de intervalo para refeições e 5 minutos de parada particular para irem ao banheiro.

Entre 85% a 90% de toda carga horária de trabalho das teleoperadoras são feitas sentadas, de frente para tela do computador, com as mãos no teclado e com o fone de ouvido (headdset). Por causa de tudo isto as operadoras vêm adquirindo doenças que envolvem o sistema osteomuscular, as funções vocais e auditivas, além de problemas que afetam a sua saúde mental.

Junto com os Bancários e Operadores de Linha de Montagem, as operadoras de telemarketing é um dos setores com maior incidência de Lesões por Esforços Repetitivos ou Distúrbios Osteomoleculares Relacionados ao Trabalho (LER/DORT), que englobam cerca de 30 doenças.

As tendinites, sinovites, hérnias de disco e edemas são as principais doenças destas trabalhadoras que convivem constantemente com dores nos dedos, formigamento, perda de força motora, redução dos movimentos, dores nos ombros, dores nas costas, inchaços, formigamento das pernas, dos pés, inchaços dos membros inferiores, fadiga visual, perda auditiva, labirintite e, ainda, após longos períodos, acúmulo de gordura no abdômen.

Outras doenças relacionadas aos trabalhadores de call center são as doenças auditivas, as operadoras ficam durante toda sua jornada de trabalho com o fone de ouvido, se não tiver bem regulado o ruído destes aparelhos podem chegar até 85 decibéis causando lesões no aparelho auditivo.

Lutar para não Morrer
A pressão, o assedio moral, a dor, angustia, etc, são expressões comuns no dia-a-dia destes trabalhadores, que são ignorados pelas empresas que buscam acima de tudo aumentar a exploração para poder aumentar ainda mais seus lucros.

O aumento do ritmo de trabalho e da exploração seja no chão de fábrica, nas escolas, nos canteiros de obras, nós bancos, tem aumentado consideravelmente em todos os setores onde a classe esteja. Não é por acaso que os trabalhadores estão adoecendo e morrendo.

No proximo périodo a solução dos governos e patrões para sair da crise será de mais exploração, aumento do ritmo de trabalho, arrocho de salário e todo tipo de mazela. A nossa solução para acabar com a exploração e com todas as mazelas do capitalismo é a luta cotidiana e permamenete dos trabalhadores, por uma sociedade mais justa.

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

ANDES-SN, FASUBRA, SINASEFE e MST protestam, juntos, na Câmara dos Deputados

Por Najla PassosANDES-SN - Do Site da CONLUTAS

ANDES-SN, Federação de Sindicatos de Trabalhadores em Educação das Universidades Brasileiras – FASUBRA e Sindicato Nacional dos Servidores Federais da Educação Básica, Profissional e Tecnológica – SINASEFE, com o apoio do Movimento dos Trabalhadores Sem-Terra – MST, promoveram na terça-feira, um ato público na Câmara dos Deputados para discutir a Reforma Universitária e a Carreira no Serviço Público.

Os manifestantes lotaram a sala 4 das Comissões da Câmara, para denunciar projetos em tramitação no parlamento que colocam em xeque a educação como direito do cidadão, transformando-a em mera mercadoria. Durante o evento, que se estendeu das 9h às 12 horas, eles contaram com manifestações de apoio do Movimento de Oposição ao DCE da UNB e de deputados de diferentes legendas.

Unidade e rearticulação
O 1º vice-presidente da Regional Rio Grande do Sul do ANDES-SN, Fernando Molinos Pires, que presidiu a mesa, disse que a tentativa de diálogo das três entidades que representam os trabalhadores da educação com o parlamento, acrescida do apoio do MST, é uma demonstração de que nenhuma força política conseguirá dividir os trabalhadores na luta pela educação pública e de qualidade.

Pires afirmou também que estas entidades continuarão realizando ações conjuntas. “Já temos uma nova reunião marcada para o início de novembro e vamos visitar os parlamentares responsáveis ou envolvidos com os projetos relacionados à área de educação”, acrescentou.

Representando o SINASEFE, Marcos Aurélio Neves também frisou a importância histórica da rearticulação das entidades da área de educação em defesa da escola pública em todos os níveis, e reafirmou a importância de que elas empreendam uma ação direta no parlamento, em um momento no qual os trabalhadores do serviço público federal vem sofrendo tantos ataques em seus direitos, por parte do governo federal.

“Nós, do SINASEFE, não aceitamos, por exemplo, a diferenciação entre carreiras típicas do estado e carreiras não típicas, como o executivo vem propondo”. Ele contestou também a forma como o governo vem conduzindo debates importantes para a nação, como é o caso do debate sobre a Reforma Universitária. “O debate está sendo feito de forma fragmentada para que a sociedade não tenha compreensão do quanto é importante que o Brasil forme uma rede de ciência e tecnologia por meio de políticas públicas universais”.

Ações prioritárias
Janine Teixeira, representando a FASUBRA, abriu sua fala elogiando o desprendimento do MST de abraçar a luta pela educação pública, mesmo em um momento em que o movimento sofre vários ataques dos setores conservadores, inclusive a ameaça da criação de uma CPI para investigá-lo.

“Nós do movimento sindical, como o MST, enfrentamos uma fase difícil. Estamos desarticulados, não estamos conseguindo realizar ações importantes. Enquanto isso, o governo continua legislando e aprovando o que lhe convêm. Não há mais luta neste país justamente porque parte do movimento sindical/popular aderiu ao governo e parte se afastou das esferas decisórias”, afirmou.

Para a dirigente sindical, é muito difícil ver um debate importante como o do Plano Nacional de Educação – PNE acabar com menos de 50 pessoas na plenária ou ver uma estudante pobre, negra, defendendo o Prouni como política pública de qualidade. “Não estamos mais conseguindo dialogar com a sociedade. Temos que repensar nossa forma de atuação e reencontrar espaços para os trabalhadores discutirem temas como a educação”.

Janine defendeu que a principal tarefa hoje posta para as entidades da área de educação é definir como intervir no PNE. “A unidade de fato precisa ser construída passo a passo. Cada entidade precisa entender a dinâmica da outra. Precisamos aprender a caminhar juntos. Caso contrário, o governo vai continuar aprovando o que lhe convier”.

Recomendações externas
O 1º vice-presidente do ANDES-SN, Antônio Lisboa, lembrou que as quatro entidades ali presentes possuem uma luta histórica em defesa da educação pública, gratuita, universal, laica e de qualidade e, por isso, têm o dever de denunciar à sociedade o conjunto de medidas tomadas por este governo que prejudicam a educação, incluindo aí a reforma universitária.

Para o dirigente sindical, o que ocorre especialmente no Brasil e na América Latina, em geral, é a adoção de recomendações externas que prevêem que a educação deixe de ser um direito do cidadão para se transformar em mercadoria. “São medidas que abrem o setor da educação para a exploração do mercado, transformando-a em um produto como qualquer outro, que deve ser explorado e vendido para quem puder pagar por ele”.

Lisboa ressaltou que o ANDES-SN tem estudado minuciosamente os 14 projetos que compõem a Reforma Universitária e que, por isso, pode dizer sem medo de errar que essa reforma não assegura o desenvolvimento das atividades de ensino, pesquisa e extensão, não pressupõe a contratação dos docentes em regime de Dedicação Exclusiva e permite um grau de mercantilização da educação ainda maior.

Ele questionou também que, se está em curso no país o debate sobre o PNE, a despeito da forma pouco democrática, como o parlamento pode se antecipar e aprovar a reforma universitária antes da conclusão desse processo? “O PNE diz respeito a uma política de Estado, é justamente o planejamento do que deverá ser a educação a partir de 2011. Como prever o que será o sistema de ensino superior sem um debate verdadeiramente democrático? Dessa forma, só irá fragilizar, fragmentar e enfraquecer a educação de qualidade. Essa discussão precisa ser mais profunda, ir para os estados, não ficar restrita a Brasília e envolver os diferentes segmentos”.

Apoios
O representante do MST, Josenildo Jiló, rememorou os ataques desferidos contra o movimento e ressaltou a luta dos sem-terra em defesa pela educação pública, de qualidade e voltada para os anseios e necessidades dos trabalhadores do campo. “Estamos travando uma grande batalha com o governo federal em função do Pronera, o programa de educação destinado aos assentados da reforma agrária, que abrange hoje oito mil estudantes”.

Ele frisou também que a própria luta pela reforma agrária pressupõe a luta pela educação plena, das criancinhas aos mais vividos, porque só a educação pode mudar a vida do ser humano, transformando suas raízes culturais e fazendo com que ele se emancipe política, econômica e socialmente.

Em nome do Movimento de Oposição ao DCE da UnB, Adriano Dias lembrou a luta da sua categoria pela educação pública, frisando o movimento de ocupação da reitoria da UnB, há um ano, e a denúncia da atuação das fundações de apoio na instituição. Ele também destacou que sua entidade não concorda com o projeto de reforma universitária apresentado pela UNE.

O deputado federal Valtenir Pereira (PSB/MT) disse que só a educação é capaz de transformar e emancipar o ser humano e, por isso, colocou-se a inteiro dispor das entidades. Os deputados Paulo Rubem (PDT/PE), Chico Alencar (PSOL/RJ) e o presidente da Comissão da Reforma Universitária, Lelo Coimbra (PMDB/ES), também se manifestaram solidários à luta das entidades

Fonte: ANDES-SN

quinta-feira, 24 de setembro de 2009

CUT e SINDMETAL/PE fecha mais um acordo rebaixado e metalúrgicos são prejudicados

Depois de Cinco rodadas de negociação e sem nenhuma mobilização na base ou assembléia nas fábricas, o Sindicato dos Metalúrgicos de Pernambuco filiado a CUT fechou uma proposta rebaixada de 6,5% para quem ganha até R$ 2.500,00, o que representa cerca de 90% da categoria em Pernambuco.
De acordo com presidente do sindicato Alberto Alves dos Santos (Betão), “este reajuste foi o possível e foi uma vitória para categoria, pois teve como referência o acordo fechado no ABC”. A proposta foi aprovada numa assembléia (23/09) esvaziada, pois o sindicato não mobilizou a categoria.Além desta proposta de 6,5% a CUT fechou com os patrões um aumento de R$ 20,00 para ajudantes nas empresas de até 70 trabalhadores e R$ 10,00 para ajudantes das empresas acima de 70 trabalhadores. O Piso do Profissional ficou em R$ 721,28.
Betão que recentemente fez parte da comitiva de Lula em visita às obras do Estaleiro Atlântico Sul em Suape, encheu de elogios o Governo do PT. Para convencer os trabalhadores desta rebaixada proposta Betão chegou até falar que o aumento real nos salários seria de 46%.
Além de tentar enganar os trabalhadores durante todo tempo o SINDMETAL-PE não permitiu os companheiros do SINTECT-PE (Sindicatos dos Trabalhadores dos Correios) que está em Greve, fazer uma saudação de apoio os Metalúrgicos e passar a experiência de sua greve aos operários. Companheiros da Conlutas distribuíram o Boletim do Acorda Peão denunciando este acordo de 6,5% e a CUT, que na verdade foi o mesmo acordo fechado no ABC.
Fonte: Conlutas-PE

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

NOVA SEDE DA CONLUTAS PERNAMBUCO

Já está em funcionamento a nova sede da CONLUTAS/PE, que vai servir como um espaço de organização das lutas da classe trabalhadora, da juventude e de todos os setores explorados e oprimidos da nossa sociedade.

Endereço:
R. José de Alencar, 44, bloco A, sala 33, Boa Vista - Recife - PE. CEP 50070-030
Fone: 3222 5709

segunda-feira, 17 de agosto de 2009

CONLUTAS/PE PARTICIPA DE ATO UNIFICADO DO DIA 14 DE AGOSTO





Ás 6h da manhã houve um ato na Codistil do Nordeste em Jaboatão dos Guararapes uma das principais empresa metalúrgica de Caldeiraria do estado. O protesto contou com a participação do SINTECT-PE, SINTUFEPE, ANDES, ANAEL e a Oposição sindical dos professores(as) do estado.

O ato foi para denunciar a suspensão do contrato de trabalho de 150 operários e a demissão do companheiro Renato Cipeiro da Codistil. A Conlutas e oposição metalúrgica convocaram também os trabalhadores para a assembléia da campanha salarial da categoria dia 18/08.

Infelizmente o sindicato do metalúrgicos ligado a CUT não realizou nenhuma atividade na base.

Ás 10h em Recife os trabalhadores e estudantes saíram em passeata pelas principais avenidas e ruas da Capital pernambucana. Estiveram presentes no ato CONLUTAS, MST, CUT, CTB, ANEL, UGT, CGTB, Nova Central, e diversos sindicatos das principais centrais sindicais.
Os trabalhadores marcharam até a sede do governo de estado para cobrar reforma agrária, melhores salários, manutenção de direitos trabalhistas e redução da jornada de trabalho. Estiveram presentes neste ato mais de 2 mil trabalhadores.

A Conlutas/PE participou da passeata com uma coluna própria e uns carros de som onde varias entidades falaram. A Conlutas se colocou contra as políticas dos patrões e do governo Lula e Eduardo Campos.

No final do ato os trabalhadores camponeses realizaram uma atividade cultural encerrando a atividades.
Fonte: Renato Correia

sexta-feira, 7 de agosto de 2009

Honduras: Derrotar o Golpe com a Mobilização Popular!

O golpe efetuado pela maioria da burguesia hondurenha, com respaldo de várias instituições e executado pelo Exército não deixa dúvidas com seus toques de recolher, prisões, assassinatos e ataques às liberdades democráticas sobre seu caráter fascistóide e antipopular.

Com a crise econômica imperialista e seus efeitos, particularmente na América Central onde a aplicação dos TLCs e das reformas neoliberais trouxeram efeitos devastadores para os povos e trabalhadores, setores da burguesia se movimentam em disputas para garantir seus negócios.

O golpe desferido pelas classes dominantes e pelo exército hondurenho, umbilicalmente ligados ao imperialismo norte americano é um ataque contra os trabalhadores e os povo, não só de Honduras mas de todo o continente. Neste momento, em que o governo Obama, aprova resoluções condenando o golpe, abrindo contradições importantes para a derrota dos golpistas, não podemos nos deixar confundir.

A vinculação histórica dos setores golpistas com o imperialismo e suas tentativas junto com a OEA de negociação com o Plano Árias, que busca uma saída acordada entre os setores das classes dominantes, preservando os golpistas e rejeitando a Assembléia Nacional Constituinte demonstra que a condenação do golpe pelos Estados Unidos e os organismos internacionais procuram preservar o essencial para todos eles : a construção de uma saída para a crise em negociações interburguesas que preservem sua política econômica e seus interesses de classe buscando tirar o papel protagonista das mobilizações e da luta do povo hondurenho.

A Conlutas conclama a todos os setores e organizações dos trabalhadores latino americanos e internacionais, a construirmos mobilizações e manifestações em todos os países em apoio à Greve Geral e a heróica resistência que vem sendo travada nas ruas e no campo de Honduras para derrotar o golpe militar.

Mesmo tendo clareza que o governo Zelaya não é um governo de nossa classe ante o golpe fascista, acompanhamos os trabalhadores e o povo de Honduras que lutam contra o golpe e pela recondução do governo eleito de Zelaya, o fim da repressão, o restabelecimento das liberdades democráticas e a prisão e punição de todos os responsáveis pelo golpe são condições para que o povo hondurenho possa resgatar seu pleno direito de decidir seus destinos de maneira democrática e soberana.

Chamamos a todos os setores democráticos a romperem com negociações com aqueles que articularam o golpe. Qualquer saída que preserve intactos os golpistas significa permitir que continuem se preparando para logo mais atacar novamente com seus métodos fascistas os trabalhadores e o povo hondurenho.

Apoiar política e materialmente a luta e resistência do povo hondurenho e construir mobilizações internacionais que exijam dos governos de cada país o boicote econômico e político ao governo golpista até a sua queda é o desafio colocado a todas as organizações dos trabalhadores, populares e democráticas.

- Abaixo o Golpe Militar em Honduras!
- Retorno imediato do Governo Zelaya!
- Restabelecimento pleno das Liberdades democráticas!
- Punição e prisão a todos os responsáveis pelo golpe!
- Nenhum apoio ao Plano Árias e sua negociação com os golpistas!
- Todo apoio à luta dos trabalhadores e do povo Hondurenho!

quinta-feira, 6 de agosto de 2009

Nota da Conlutas contra a repressão ocorrida no Senado durante manifestação "Fora Sarney"

Conlutas – Coordenação Nacional de Lutas, vem manifestar seus protestos contra a repressão à manifestação ocorrida no Senado Federal exigindo o Fora Sarney.Os manifestantes foram agredidos e retirados pela polícia do Senado em uma atitude totalmente antidemocrática.

A Conlutas se soma a grande parte da população que já está cansada de tanta corrupção e impunidade e exige a saída de Sarney. A Conlutas protesta contra esta agressão a livre manifestação e exige punição aos agressores. Além da saída de Sarney, a Conlutas defende uma Câmara Única e o fim do Senado, conforme resolução de sua direção nacional, que segue abaixo:


Assista ao vídeo:
http://noticias.uol.com.br/ultnot/multi/2009/08/04/0402386CC8919346.jhtm?militantes-contra-sarney-sao-expulsos-do-plenario-do-senado-0402386CC8919346

Conlutas faz protesto pelo “Fora Sarney” no Senado








Cerca de 50 pessoas ligadas à Coordenação Nacional de Lutas (Conlutas) ocuparam o plenário do Senado na tarde desta terça-feira, 4, para exigir o “Fora Sarney”. O protesto foi reprimido pela Polícia Legislativa com violência. Os manifestantes foram duramente agredidos. Dois sindicalistas foram detidos, Atnágoras Lopes, da coordenação nacional da Conlutas, e Vivaldo Moreira, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos.

Os ativistas que estavam em Brasília eram, em sua maioria, metalúrgicos da Embraer. Eles se encontravam na capital federal para uma audiência no Congresso Nacional, que ocorreu pela manhã, para tratar das mais de 4 mil demissões efetuadas pela empresa em fevereiro passado.“Era um ato pacífico e usaram de truculência, o que só mostra como o próprio Senado é”, disse Herbert Claros, vice-presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos e funcionário da Embraer. Os manifestantes entraram no plenário do Senado em silêncio, usando máscaras cirúrgicas e segurando uma faixa com os dizeres “Fora Sarney” e “Pelo fim do Senado”.

A polícia da casa, convocada pelo presidente da sessão, Adelmir Santana (DEM-DF), partiu para cima dos ativistas, arrancando a faixa e espancando-os. Vivaldo foi agredido com um soco no rosto. Atnágoras reafirmou que a conlutas segue defendendo a queda do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-MA) por se tratar de um corrupto.

Veja A repercução pela Imprensa:

terça-feira, 23 de junho de 2009

DELEGAÇÃO DE HAITIANOS EM PERNAMBUCO PELA RETIRADA DAS TROPAS BRASILEIRAS

Ontem (22) a Conlutas Pernambuco realizou um atividade no auditório do MTC junto ao companheiro Haitiano Frantz Dupuche, Membro da Plataforma Haitiana em Defesa de um Desenvolvimento Alternativo (PAPDA), em visita ao Estado como parte da Campanha pela Retirada das Tropas Brasileiras de seu país. O debate contou com a presença de militantes compromissados em levar à frente essa luta que completa 5 anos esse mês, desde a presença das tropas que reprime a população a mando da Organização das Nações Unidas.

Além de Frantz Dupuche, o companheira Carole Pierre Paul-Jacob, dirigente da organização Solidariedade das Mulheres Haitianas (SOFA) e Didier Dominique, membro da Central Sindical Popular Batay Ouvriyer estão no país para divulgar a Campanha. Já visitaram Natal, Brasília e tem o objetivo de percorrer todos os principais Estados do Brasil pra denunciar a dura realidade da população Haitiana.

Além do debate Franz Dupuche participou da Assembléia dos Metroviários e dos trabalhadores da Saúde, ambos em Greve. Também, visitou a imprensa local junto ao jornalista haitiano e então estudante de Serviço Social da UFPE Frank Seguy, alem de Jair Pedro da Conlutas PE e Macos Roberto, direto do Sintect-PE.
Abaixo, matérias veiculadas no Diário de Pernambuco e Jornal do Commercio:

Matéria no Jornal do Commercio - Cotidiano - 22/06/2009

Pernambuco // Denúncia

Campanha promovida por haitianos pede fim da presença de militares brasileiros no país

Publicado em 22.06.2009, às 20h19

Verônica Falcão Do Jornal do Commercio










Os haitianos Frantz Dupuche e Franck Seguy participam da campanha
Foto: Alexandre Severo/JC Imagem

Comissão de haitianos que percorre o Brasil pedindo o fim da missão de paz no país centro-americano esteve nesta segunda-feira (22) no Recife para divulgar a campanha. O grupo, formado por três pessoas, denuncia arbitrariedades das tropas brasileiras que comandam o trabalho das Nações Unidas no Haiti. “Nossa nação não está em guerra. Os soldados estão lá para reprimir manifestações do povo contra a classe dominante. Estão fazendo lá o que não fazem no Brasil”, diz o professor de matemática Frantz Dupuche.

Uma das últimas manifestações em que o Exército brasileiro usou de força para coibir foi contra o salário mínimo, duas semanas atrás. “A jornada diária custa US$ 2. O povo foi às ruas fazer um protesto e foi coibido à bala no meio da rua. Muitas pessoas ficaram feridas. O número de mortos não sabemos. O governo nunca divulga”, afirma Dupuche.

A missão começou o trabalho dia 16, com audiência pública no Senado, em Brasília. Antes de fazer a divulgação no Recife, Dupuche visitou Belém e Natal. As próxima capitais serão Fortaleza, São Luís e São Paulo. Além do matemático, integram o grupo Carole Jacob Pierre Paul e Didier Dominique. A viagem do grupo se encerra no dia 27 de junho, quando retornarão ao país, em conflito interno desde os anos 90.

O haitiano Franck Seguy, estudante de serviço social da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) que acompanha Dupuche na visita ao Recife, reclama da atuação das tropas brasileiras. “Depois da chegada dos soldados brasileiros há mais sequestros e mais violência. O era estabilizar o país mas a interferência está sendo negativa”, avalia.

São nove mil soldados a serviço das Nações Unidas no Haiti. A maior tropa, com de 1.500 a 2 mil integrantes, é a brasileira. Todos os países da América do Sul têm representantes, menos Venezuela e Cuba. Na opinião de Seguy, o Brasil contribuiria mais com o Haiti se firmasse acordos de colaboração nas áreas de saúde e educação.

“A ONU está usando o Brasil. Os haitianos admiram o povo brasileiro por causa do futebol e por acreditar que não há discriminação racial aqui. Somos uma nação predominantemente negra. Se as tropas fossem os Estados Unidos haveria reação. As tropas do Brasil aceitaram ser massa de manobra das Nações Unidas para ter mais chances de conseguir acento no Conselho de Segurança da ONU”, denuncia o estudante de serviço social.

A reportagem entrou em contato com o Ministério da Defesa, mas não teve resposta.
Minustah // Haitianos contra tropas estrangeiras
A presença das tropas da Missão de Estabilização das Nações Unidas no Haiti (Minustah) tem dividido opiniões. Em visita ao Brasil, uma delegação de haitianos denuncia que os militares estrangeiros se desviaram do objetivo principal - que era obter a paz -, passando a repreender movimentos sociais, praticar sequestros e violência sexual contra mulheres e crianças.
Composta de três pessoas, a delegação já esteve no Congresso Nacional, em Brasília, mas se divide até o próximo sábado para visitar outros estados. Um dos integrantes visitou o Diario, ontem, acompanhado do jornalista haitiano Franck Seguy e de dois representantes da Coordenação Nacional de Lutas (Conlutas). Membro da Plataforma Haitiana em Defesa de um Desenvolvimento Alternativo (PAPDA), o professor universitário Frantz Dupuche argumenta que o governo brasileiro desperdiça recursos, já que enviou 1.500 soldados para o Haiti, cada um ao custo de US$ 60 mil ao ano.

Segundo Frantz, um trabalhador do Haiti recebe US$ 2 por oito horas de trabalho, menos de R$ 4 por dia, e não pode mais reivindicar os direitos, ou fazer protestos, sob o risco de ser morto a tiros das tropas da Minustah. Frantz veio ao Brasil ao lado de Carole Pierre Paul-Jacob, dirigente da organização Solidariedade das Mulheres Haitianas (SOFA) e de Didier Dominique, membro da Central Sindical Popular Batay Ouvriyer. Os três querem sensibilizar o governo brasileiro, que comanda a missão, para deixar o Haiti.

"O atual presidente, René Préval, foi eleito em 2006 pelas tropas e não pelo povo", protestou Frantz. "Ele só conseguiu 49% dos votos e teve apoio da Minustah para assumir o governo. Todos os votos em branco foram contabilizados a seu favor", lembrou Frantz, lamentando que houve 33 candidatos concorrendo à presidência do Haiti naquele ano, mas nenhum representou os trabalhadores.

O professor ressaltou que o Haiti é três vezes menor que Pernambuco e abriga, atualmente, nove mil soldados da Minustah, todos de países latino-americanos. Ele contou, inclusive, que 108 mulheres foram violentas por soldados, que ficaram impunes, porque as leis haitianas não têm poderes sobre as tropas. O jornalista Seguy acrescentou que há casos de sequestros no Haiti, onde o resgaste está sendo feito por soldados da própria Minustah.